Um perigoso bloqueio intelectual está sendo inserido na mente dos irmão. Trata-se de uma onda de conformismo acrítico, ou seja, a aceitação cômoda de não criticar as palavras e atitudes das pessoas no ambiente eclesiás- tico, impossibilitando o crente de provar pensamentos e atitudes de maneira biblicamente racional.
O apóstolo Paulo (Shaul) adverte que a nossa fé não deve ser irracional: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias do Criador, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável ao Criador, que é o vosso culto racional” (Rm 12:1).
O reformador (bagunçador) Calvino alertou que “a fé não consiste na ignorância, senão no conhecimento; e este conhecimento há de ser não somente do Criador, senão também de sua divina vontade.” Excluindo o senso racional, o escolhido ficará intelectualmente enfraquecido e mais propício a aceitar os enganos dos falsos profetas que o Salvador nos alertou: “levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24:11).
Em primeira análise, percebemos que este bloqueio intelectual é resultante dos famosos terrorismos espirituais, causados por clichês como “não toqueis nos ungidos de Deus” e “não devemos julgar”, que infelizmente são ensinados e defendidos por muitos líderes. Porém, é importante salientar que na verdade trata-se de conceitos teológicos errôneos, dos quais tem como objetivo impossibilitar a pessoa de desenvolver suas faculdades mentais de raciocínio lógico, facilitando o falso líder a ter um controle manipulável dos membros de sua respectiva comunidade.
Aqueles que são resignados a esta condição acrítica, acomodam-se na posição irracional de “crente manipulado”, bloqueando qualquer ação iniciativa e inibindo o desejo de evoluir teologicamente. Ou seja, o crente estará sujeito à restrição de qualquer questão doutrinária e/ou moral, aprisionando sua mente ao ponto de não conseguir discernir mais o certo do errado. Neste caso, as verdades absolutas estão enganosamente contidas nas palavras de seus respectivos líderes e não nas Sagradas Escrituras. Com isso, não há entendimento bíblico correto dos textos sagrados, fazendo com que nos ambientes eclesiais os falsos conceitos ensinados sejam tidos como verdades espirituais absolutas e inquestionáveis.
Para as pessoas nessas condições, uma exortação vinda de alguém sobre o perigo eminente decorrente de algum "erro teológico"(erro no ponto de vista daquele que pensa estar certo), praticamente não possui efeito, pois a comodidade e a cegueira espiritual é um impedimento para tais pessoas crescerem e se aprofundarem nas verdades bíblicas, bem como desenvolver a verdadeira fé cristã com discernimento e senso crítico. Afinal, a mentira dita várias vezes pelo falso líder torna-se verdade absoluta e a ideia apócrifa do “ungido de Deus incriticável” é facilmente implantada.
Na verdade, seguir este conceito é um tremendo engano, pois a Bíblia mostra exatamente o contrário! Um exemplo claro está em Atos 17:11, onde narra que os crentes de Beréia eram pessoas nobres, porque conferiram nas Escrituras o que ouviram de Shaul, para ver se, de fato, era verdade. Caro irmão, seja sincero! Você tem o costume de conferir na Bíblia tudo o que ouve e vê? Se a resposta for não, você pode estar vivendo algo parecido com o que descrevi acima.
Neste caso, é necessário uma atitude urgente, voltando-se para as Escrituras antes que seja tarde, pois se a mesma é a nossa única regra de fé e conduta, devemos tê-la como bússola para todas as nossas atitudes. Caso contrário, estaremos inconscientemente negando a Bíblia e depositando a nossa esperança em homens. O primeiro passo é desmistificar os dois pontos principais que causam o comodismo acrítico, citados no começo desse artigo.
Continua...
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