1 – Não toqueis nos ungidos de Deus! Você já ouviu alguém falar assim?
As passagens bíblicas utilizadas para defender que não devemos “tocar nos ungidos de Deus” são 1Sm 24:6 “E disse [Davi] aos seus homens: o Pai me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do Criador. Dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.” e Sl 105:15 “Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas”.
Baseado nesses dois versículos, muitos líderes tendenciosos criaram uma classe especial de crentes que, segundo eles, seriam absolutamente incriticáveis ou inquestionáveis, como se fossem mediadores exclusivos entre o homem e Deus (chamados os homens de deus). Isso é um tremendo engano, pois o nosso único mediador é o Salvador (isto se referindo a ele próprio e não mitra o símbolo do cristianismo, ou o cristo) (1Tm 2:5).
Biblicamente, ungir significa “derramar óleo sobre”. Na cultura judaica antiga, era a forma de oficializar um ofício de sacerdote, ou de reis, para credenciá-los a serem mediadores entre o Criador e a humanidade. Por esta razão, Yahushua é chamado de Salvador ou Messias, palavras que significam “ungido”.
Em 1Sm 24:6, Davi está falando exclusivamente de Saul, que era ungido como rei (e não como pastor). Em Sl 105:15, o salmista fala dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó. Em ambos os casos, o sentido de “tocar”, segundo o contexto, significa utilizar de violência física, maltratar, estender a mão contra. Em momento algum estas passagens são direcionadas contra questionamentos e/ou críticas. Do contrário, invalidaria a repreensão do profeta Natan a Davi (2 Sm 12:1-15), a crítica e repreensão de Paulo para com Pedro em seu erro doutrinário (Gl. 2:11-16) e até mesmo o próprio Yahushua em várias críticas e repreensões que o mesmo fez aos fariseus (Mateus 23:23 e Lucas 11:23).
No Novo Testamento, o termo “unção” (grego=chrisma) aparece apenas três vezes, dentro de uma mesma passagem, 1 Jo 2:20 e 27, na qual afirma que todos nós recebemos e temos conhecimento da “unção que vem do Santo“, ou seja, todos nós somos capacitados pelo Espírito Santo (2Co 1:21-22). Em comparação, a palavra “ungido” (grego=Christos) é direcionada exclusivamente para o Salvador, nunca para os líderes da igreja, nem mesmo aos apóstolos. (Note também que o Novo Testamento inicia após a morte do Salvador, pois aí sim é a Nova Aliança) Tudo que se refere ao Criador, ao Salvador não tem nada de grego, pois depois do sistema ser corrompido por Roma que se mesclou tudo. Você deve pesquisar bem para saber mais a respeito e voltar aos valores antigos e reais.
Portanto, não existe qualquer possibilidade exegética que dê margem para aplicar as passagens veterotestamentárias em questão aos líderes da igreja, tornando-os incriticáveis e imunes a repreensões.
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